SIM destaca “elevada adesão” à greve regional de dois dias no Norte de Portugal

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) destacou a “elevada adesão” à greve regional que levou a cabo, entre 20 e 21 de setembro, na ARS Norte. “Aos médicos que, sindicalizados ou não, de modo coerente com a sua revolta o demonstraram no terreno, o nosso reconhecimento”, saúda o SIM em comunicado, dizendo que a adesão superou “as melhores expectativas”. O sindicato listou alguns dos exemplos mais marcantes, como o das USF de São Bento, Porto Centro, Lordelo do Ouro, Terras de Lanhoso, Afurada e São Torcato, ACES Alto Ave, onde diz que “todos os médicos” fizeram greve. No Hospital de Gaia, todos os blocos ficaram “parados” e no Hospital de Braga houve “apenas 2 salas a funcionar do bloco central num total de 11”, sendo que “todos os médicos do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia fizeram greve”. No global, adesão de 95% nos blocos operatórios, de 90% nos centros de saúde e de 85% nas consultas externas dos hospitais, diz o sindicato. Nessa mesma missiva, é destacado ainda “o elevado sentido deontológico e comportamento irrepreensível continuamente demonstrado no cumprimento dos serviços mínimos” e as “palavras e atitudes de compreensão que continuam a ser recebidas dos nossos doentes e ao apoio renovado de personalidades políticas e partidárias de todos os quadrantes”. “Não tenhamos ilusões: sob a roupagem da auscultação, diálogo e negociação, o Governo manifesta com as suas propostas um notório desrespeito pelos médicos”, disparou a estrutura sindical dos médicos. O SIM argumentou ainda que “rever uma grelha salarial é remunerar melhor sem aumentar a carga de trabalho nem tentar abolir mais valias laborais que os trabalhadores médicos obtiveram pela negociação coletiva e acordos coletivos de trabalho livremente assinados, curiosamente com um Governo do Partido Socialista”. Mais, disse ser “sabido que as negociações que se arrastaram durante 17 meses não levaram a um acordo com os sindicatos médicos, apesar de a persistência sindical ter obstado a alterações extremamente gravosas a nível da Medicina Geral e Familiar e ter trazido para a mesa negocial as razões dos médicos de Saúde Publica, mesmo com cedências do SIM faseadas no tempo relativamente, por exemplo, aos limites de trabalho suplementar dos Médicos Hospitalares, o regime de dedicação plena é imposto pelo Governo por Decreto Lei”. “Por isto tudo o SIM, mantém as greves em curso. Continuamos fiéis à nossa palavra de ordem: ‘Pelo SNS, pela saúde dos portugueses'”, conclui a nota informativa.

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