O pianista e escritor Alfred Brendel, figura icónica da música clássica, faleceu hoje com 94 anos, no seu lar em Londres. Nasceu a 5 de janeiro de 1931 em Morávia (atual República Checa), com raízes em famílias da Croácia e da Áustria. Embora tivesse estudos formais até aos 16 anos, a sua formação foi essencialmente autodidata, complementada por masterclasses com figuras como Edwin Fischer.

Conhecido pelas suas interpretações rigorosas e emotivas de Mozart, Beethoven, Schubert, Haydn, Liszt e Schoenberg. Foi o primeiro pianista a gravar a integral das obras de Beethoven para piano, projeto de cerca de 1960–1964, distinguido com o Grand Prix du Disque (1965). Entre 1948 e 2008 manteve uma carreira intensa, com concertos, mestrados e masterclasses — tendo efetivado o seu último recital em Viena, em 2008. Recebeu 23 doutoramentos honoris causa e várias distinções, incluindo associações à Filarmónica de Viena e prémios como o Praemium Imperiale.

Brendel deixa a esposa Irene, quatro filhos (incluindo o violoncelista Adrian Brendel e a cantora Doris Brendel) e netos. O seu falecimento encerra uma era de inteligência musical, integridade artística e curiosidade intelectual — um legado que continuará a inspirar músicos e ouvintes em todo o mundo.