“Muitas urgências do país em risco de encerrar em outubro devido à falta de médicos”

A situação nas urgências dos hospitais públicos em Portugal parece estar cada vez mais grave, com o risco de muitos serviços terem que encerrar por falta de profissionais. Médicos de várias especialidades estão entregando às administrações hospitalares minutas de escusa ao trabalho extraordinário, além das 150 horas obrigatórias por lei. Cirurgia geral, medicina interna, cuidados intensivos, pediatria e obstetrícia são algumas das especialidades afetadas.

O movimento cívico “Médicos em Luta” alertou que em alguns hospitais 100% dos médicos de cirurgia geral já entregaram a minuta de escusa ao trabalho extraordinário. A falta de médicos também afeta intensivistas, médicos de medicina interna e pediatras em vários hospitais do país.

A adesão a esse protesto terá um impacto significativo no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, com a redução das escalas de trabalho nos serviços de urgência. Isso pode resultar em equipes reduzidas e impactar a saúde das pessoas, especialmente neste momento em que se espera um aumento de internamentos devido a infecções respiratórias típicas desta época do ano.

O movimento “Médicos em Luta” nasceu há pouco mais de um mês, com o objetivo de alertar a população para o estado precário do Serviço Nacional de Saúde. Os médicos reclamam das condições de trabalho, da burocracia excessiva e de propostas de aumento salarial que não compensam a perda de poder de compra dos últimos anos.

Os médicos argumentam que o SNS só se mantém de pé graças ao trabalho extraordinário que realizam, e que é necessário melhorar as condições de trabalho e os salários para garantir a qualidade do sistema de saúde público em Portugal.

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