Na semana passada, Gabriel Fernandes deixou de ser o vocalista da banda Irmãos Verdade e o cantor assumiu publicamente que sentiu “distanciamento dos restantes elementos do grupo, secretismos que não combinam com o projeto e, sobretudo, falta de respeito e de lealdade”. E, agora, decidiu avançar para tribunal por causa da “usurpação de direitos de autor e aproveitamento de benefícios desses mesmos direitos”.
Perante este escândalo, a banda Irmãos Verdade emitiram um comunicado e reagiram a toda esta polémica. “Motivo principal da ruptura da Banda com o Gabriel Fernandes: A banda informa que o Gabriel Fernandes realizou inúmeros espetáculos a solo, remunerados, com a utilização das músicas do grupo, sem conhecimento nem consentimento da Editora ou da banda, o que por si só constitui um grave incumprimento contratual – para com a Editora e para com a banda. Para além do incumprimento contratual, a postura do Gabriel Fernandes traduziu-se também em danos de imagem, patrimoniais e económicos para a banda, tendo inclusivé cancelado espetáculos agendados sem esta saber, ou seja, decidindo à revelia da mesma. Posto isto, para a Editora e para o grupo, como qualquer pessoa de bom senso entenderá, o Gabriel Fernandes inviabilizou por completo a sua permanência como elemento integrante da banda Irmãos Verdades.
A banda, ao ter conhecimento, à posteriori, dos concertos privados (remunerados e sustentados em temas da autoria dos “Irmãos Verdades”, produzidos e editados pelos mesmos) tentou efetivamente repor a “Irmandade” de que o Gabriel Fernandes tanto fala, bem como a coesão interna que sempre nos uniu nestes últimos 30 anos, e informou o seu vocalista que esses “concertos a solo” teriam de terminar. O Gabriel Fernandes negou-se a fazê-lo, deixando claro que estes iriam acontecer mais vezes e sempre que se proporcionasse. Ainda neste contexto, informou que pretendia continuar, ao mesmo tempo, a assumir a posição de vocalista na banda mas a título não exclusivo. Ora, na prática, o Gabriel Fernandes pretendia que a banda continuasse a compor e produzir temas para que, nas costas da mesma, ele os cantasse a solo. Estas imposições eram, como é óbvio, totalmente inaceitáveis, nomeadamente num espírito de Grupo e na tal “Irmandade” que o Gabriel Fernandes tanto apregoa.
O Gabriel Fernandes acusa os elementos da banda de “traidores” e de ter sido “expulso” mas os factos são evidentes: a rescisão com a Editora e com a banda, a mais nada se deve do que a uma consequência dos seus atos – repetidos, conscientes, egoístas, egocêntricos e dolosos – através dos quais tentou apropriar-se das músicas e da imagem/marca “Irmãos Verdades” para seu uso pessoal e exclusivo. Em relação à acusação sobre a banda ter registado a marca “Irmãos Verdades” sem incluir o vocalista nesse registo, somos a informar o seguinte: No passado, fomos surpreendidos com o registo abusivo do nosso Agente na altura, que, sem o conhecimento da banda, decidiu registar-se também como sendo o seu 5º elemento. Recentemente, este mesmo ex-Agente reapareceu e o Gabriel Fernandes apoiou o seu regresso para voltar a tentar gerir a carreira da banda. Esta sugestão não foi do agrado da banda devido à sua conduta abusiva no passado e, como tal, a banda antecipou-se no registo da marca para a mesma não vir a ser novamente usurpada. Desde esta reaproximação do ex-Agente, e perante a recusa da banda em voltar a contar com a sua prestação de serviços, o Gabriel Fernandes passou a adotar uma postura de distanciamento para com a banda. A título de exemplo deste distancimento: a 20 de outubro de 2022, notificou a banda do seguinte (que transcrevemos nos exatos termos): “ Quero informar aos elementos da banda Irmãos Verdades, que a partir de agora o Agente “X” da Empresa “Y” (nomes omitidos por razões de privacidade) passa a representar-me em todas as situações de agenciamento de concertos, promoção, etc., ou seja o Agente “X” vai gerir a minha disponibilidade para os concertos e promoção referentes à banda e irá ainda comunicar qual o meu cachet pretendido para cantar com os “Irmãos Verdades.” Em suma, perante a recusa da banda em voltar a colaborar com o ex- Agente, este passaria a ser o seu Agente privado e qualquer elemento da banda que quisesse falar com o próprio vocalista Gabriel Fernandes teria que o fazer através deste seu Agente privado. O Gabriel Fernandes era um elemento “à parte” do grupo, inacessível para os restantes elementos da sua própria banda.
Relativamente ao bloqueio do Gabriel Fernandes para poder partilhar conteúdos na página Oficial dos Irmãos Verdades, essa decisão foi consensual por entendermos que há muito tempo que o mesmo não estava comprometido com o projeto Irmãos Verdades, mas sim com o projecto “Gabriel Fernandes” ou “Gabriel Verdades” ou apenas “Gaby”, conforme vinha anunciando nos cartazes de concertos a solo e tentando utilizar, pasme-se, a própria página da banda para se autopromover. Em relação à acusação que nos é feita sobre registos de músicas na SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), de obras de sua autoria, sem o seu consentimento, essa acusação é totalmente FALSA. Os “Irmãos Verdades” são autores de aproximadamente 100 temas, produzidos e editados até à data, dos quais apenas 6 temas foram “apresentados” pelo Gabriel Fernandes (nenhum deles com projeção comercial) tendo inclusivé alguns destes sido incluídos no seu Álbum a solo gravado em 2010, também sem o consenso da banda. Adiantar que nós, os elementos da banda Irmãos Verdades, não necessitamos de ir à TV acusar pessoas ou vitimizarmo-nos, não somos atores (somos músicos) e DISPOMOS DE EVIDÊNCIAS FACTUAIS DE TUDO O QUE AFIRMAMOS. “(…) A banda “Irmãos Verdades” pretende dar continuidade ao seu projeto musical e continuamos determinados a manter o nível musical a que os nossos fãs e amigos estão habituados, pelo que poderão contar sempre com o nosso trabalho e dedicação relativamente a uma paixão que nos une: a Música! Obrigado. Até breve!”, escreveram.