Há 25 anos, Parlamento aprovou o mirandês como segunda língua oficial: descubra a importância dessa conquista para Portugal

A Lei do Mirandês foi aprovada na generalidade há 25 anos. O trabalho de aprovação da lei contou com o apoio de todos os grupos parlamentares. A lei foi uma resposta ao pedido de José Leite de Vasconcelos, arqueólogo e etnógrafo, que há muito tempo defendia a proteção do mirandês. A Lei n.º 7/99, que reconhece oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa, foi publicada em 29 de janeiro de 1999 no Diário da República.

O deputado Júlio Meirinhos, considerado o mentor da Lei do Mirandês, destaca o trabalho minucioso que foi realizado para que a lei fosse aprovada por unanimidade. Na altura, muitas pessoas nunca tinham ouvido falar da língua mirandesa, incluindo deputados na Assembleia da República. Com a aprovação da lei, o mirandês tornou-se mais conhecido em todo o país e despertou o interesse de linguistas e investigadores.

No entanto, ainda existem desafios para a língua mirandesa, como a ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa por parte do Estado português. A Associação Língua e Cultura Mirandesa e os estudiosos da língua mirandesa também defendem a criação de uma unidade orgânica para a defesa e salvaguarda da língua e cultura mirandesas.

Atualmente, a ALCM está a recolher registos em áudio e vídeo da língua e cultura mirandesas, e há preocupações com o abandono desta língua por parte de entidades públicas e privadas. Um estudo da Universidade de Vigo alerta que o mirandês está numa situação crítica e pode desaparecer nos próximos 30 anos, a menos que sejam tomadas medidas para preservá-lo.

Os falantes do mirandês têm opiniões divergentes sobre o futuro da língua, mas há esperança de que ainda seja possível salvá-la.

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