Diocese de Leiria distancia-se de retiros com exorcista em Fátima

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A Diocese de Leiria-Fátima distanciou-se nesta sexta-feira de qualquer ligação à organização dos retiros mensais “Cura e Libertação”, que ocorrem num hotel em Fátima, com a participação de Salvatore Micalef, que se autointitula bispo e exorcista do Vaticano.

Num comunicado assinado pelo padre Jorge Guarda, vigário-geral da Diocese de Leiria-Fátima, é afirmado que os retiros contam também com a participação de “um suposto seminarista amigo do Papa, chamado Francisco Marques”.

Segundo a diocese, este jovem “não é seminarista em nenhum Seminário, nem em Portugal, nem na Diocese de Roma”, e as fotos em que aparece ao lado do Papa, “além de antigas, resultam de encontros acidentais com o Santo Padre durante audiências gerais, não podendo ser utilizadas para credibilizar uma atividade que não está em comunhão com a Igreja”.

Em relação a Salvatore Micalef, a Diocese de Leiria-Fátima adianta que ele foi “ordenado padre e bispo sem o mandato do Santo Padre” e, portanto, “não está em comunhão com a Sé Apostólica”.

Assim, a diocese liderada pelo bispo José Ornelas, que também é presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, “distancia-se claramente destes retiros, realizados fora da comunhão eclesial, e informa que já comunicou o caso às autoridades da Santa Sé”.

Francisco Marques rejeitou as acusações em declarações à agência Lusa, afirmando que as alegações da Diocese de Leiria-Fátima são “mentira”. Ele garantiu que é seminarista e que o seu “percurso de discernimento” está a ser acompanhado pelo Papa.

“Foi o Papa que me procurou depois de ler o meu livro ‘Da Superstição à Devoção’ e ele sabe e apoia estes retiros”, acrescentou Francisco Marques, que tem um post no Facebook datado de 6 de maio, onde afirma ter falado com o Papa às 18:30 desse dia, sobre os retiros organizados em Fátima “e, em particular, sobre a inveja que esses eventos têm suscitado em Portugal”.