Costa compromete-se com a democracia ao assinar a ‘Declaração de Santiago’

O primeiro-ministro português, António Costa, assinou a “Declaração de Santiago”, juntamente com líderes de outros sete países da América Latina, durante as celebrações dos 50 anos do golpe de Estado do Chile. Além de Portugal, a declaração foi assinada pela Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México e Uruguai, com a expectativa de que mais chefes de Estado e de Governo também a assinem em breve. O documento, intitulado “Compromisso: Pela Democracia, sempre”, compromete-se a fortalecer a colaboração entre os Estados por meio de um multilateralismo respeitoso das diferenças, visando o desenvolvimento sustentável das sociedades.

As cerimônias dos 50 anos do golpe reuniram, na Praça da Constituição, António Costa e os presidentes do México, Colômbia, Argentina, Uruguai, Bolívia e o anfitrião, Chile. O primeiro momento solene foi um minuto de silêncio para marcar o início do bombardeamento ao Palácio de La Moneda, em 11 de setembro de 1973. Durante as cerimónias, grupos musicais se apresentaram, poemas foram lidos e depoimentos de vítimas do regime ditatorial de Pinochet foram ouvidos. A senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende, discursou emocionada, pedindo justiça e garantias de que o golpe não se repita. O presidente chileno, Gabriel Boric, encerrou as celebrações com um discurso otimista sobre o futuro do Chile e da América Latina, destacando a importância da declaração assinada.

Gabriel Boric também mencionou a violência de outras ditaduras na América do Sul e fez um apelo às gerações mais jovens para que valorizem a luta pela democracia e nunca deem a sua existência como garantida. A declaração assinada representa um compromisso com a democracia e ganha ainda mais relevância em um contexto de crescimento das correntes de extrema-direita na região.

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