A pobreza infantil e juvenil pode agravar a pobreza estrutural

A pobreza em Portugal tem vindo a acentuar-se entre as crianças e jovens, ultrapassando os índices de pobreza da população idosa e do conjunto da população. Esta é uma das conclusões do relatório “Um Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”, coordenado pelo professor catedrático Paulo Trigo Pereira. Os investigadores alertam que esta mudança no perfil etário da população pobre pode agravar a pobreza estrutural no país e afetar as oportunidades e qualidade de vida das crianças no futuro.

O relatório destaca que Portugal, assim como a maioria dos países da União Europeia, tem assistido a uma transformação significativa no perfil da população pobre nas últimas décadas. Além disso, o país enfrentou várias recessões ao longo dos anos, com impacto direto nas taxas de desemprego, rendimentos e emigração.

No que diz respeito à precariedade laboral, houve um aumento significativo da proporção de jovens com contratos a termo na última década, chegando a ultrapassar metade dos contratos nos anos anteriores à pandemia. Em comparação com os jovens europeus, Portugal apresenta uma proporção muito maior de contratos precários.

O relatório foi apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian e destaca a importância de contrariar esta tendência de agravamento da pobreza entre as crianças e jovens, de forma a garantir um futuro mais justo e igualitário para as gerações futuras.

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