Aníbal Cavaco Silva defende no seu livro “O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar” a importância de uma avaliação ética e constante dos ministros. O ex-Presidente da República considera que um ministro popular pode não ser necessariamente um bom ministro do ponto de vista do interesse nacional. Segundo Cavaco Silva, a avaliação do trabalho dos ministros é uma das tarefas mais complexas e delicadas do primeiro-ministro. No capítulo intitulado “A avaliação dos ministros”, o autor aconselha que o primeiro-ministro não critique o trabalho de um ministro em frente de outras pessoas. Além disso, Cavaco Silva destaca a importância da competência revelada nas negociações do Conselho de Ministros da União Europeia, o relacionamento com a sociedade civil, a resposta aos adversários políticos, o bom senso e o sentido de Estado perante a comunicação social. O ex-PR também aborda a questão da popularidade dos ministros, defendendo que esta não deve ser um critério de avaliação de desempenho com peso significativo. Ele alerta para a necessidade de realizar e defender medidas impopulares e para a disparidade da exposição pública na comunicação social entre ministros devido à natureza dos ministérios.
